quarta-feira

Desabafo

Estou farto de ser tachado, de ser rotulado, de ser contrariado, de ser ignorado, de ser polemizado. Eu não aguento mais tanta hipocrisia, tanta falta de respeito a opinião alheia, tantos ais acusativos, tanta "pureza" que na verdade é efervescente. Farto deste monte de bocas me deturpando e me caracterizando por atos momentâneos que aconteceram. Mesmo que fossem atos permanentes, não é conta de ninguém.

Carrego ainda um peso, uma responsabilidade - ou melhor - uma obrigação. Tento ser o que não sou. Tento, mas não consigo. Talvez por isso que eu tenha sido alvo destas facas tão pontiagudas que nem sequer são limpas do sangue do último inocente que acabaram de sacrificar. Eu sou um maluco mesmo, que quando está em crise GRITA e CHORA. Sou um doido varrido que quando quer amar, ama e pronto, e quando quer desamar, desama e pronto também. (...) Sou um imbecil que insiste em acreditar em amizades puras e sinceras quando na realidade só existem em contos e crônicas utópicas. Sou um ser que como outro, morre de ciúmes, que cansa de babaquices, que se orgulha do seu trabalho e que sonha alto, mas com os pés no chão. (...) Eu sou assim, não adianta... Eu já tentei mudar, mas não consigo ser o que não sou. Sou humano e basta!

As religiões, ou dogmas religiosos, me aprisionam de maneira tão dolorosa que não vivo, sobrevivo. O que é isso que me fazem passar? Custa me explicar? Não acredito que Deus entre na vida de alguém e o cerque desta maneira encarcerada. Não é só porque simpatiza, ou escolhe um caminho doutrinário que é obrigado a ser dependente dele. Não digo que me rebelo, mas que sou consciente dos meus deveres e obrigações. Hoje eu suplico e escuto a mim mesmo (meio redundante, mas é o real). Faço o que quero desde que não fira algumas das minhas crenças e que não blasfeme contra Aquele que me criou.

Não quero ser alvo, nem atirador, entretanto só peço que me deixem viver o EU que há em mim, e em paz, até os meus dois séculos e meio de vida e só.