domingo

Ego amado

Escrito num Jogo de Sonetos por Fábio Ronne e R2

Cantinho de mim
Sobre tudo meu melhor
Partitura de "um" só

Uma parte sem fim
De estrutura maior
Que sem tua parte é pó.

Contido no sim
Fez-se um ambíguo, inerte, intato
Extirpado de ti imenso pesar
No que se pensar? - Me calo...

Recolho em parte de mim
Todo sentimento dúbio e apto
E faço esta parte encontrar
O meu melhor, meu eu, meu bom trato.

Sentalgia

Escrito num Jogo de Sonetos por Fábio Ronne e R2

O som perturbador do coração
Da solidão que teima em ficar
Em cada noite fugaz de luar
Sobre os lenços da nula paixão

Da respiração, cálida, gélida, ausente
Em cada vaso/artéria em seu instante pulsar
Penso outrora, ponho-me em seu lugar
Penetro, transcendo e retorno veemente

Dilacero-me de nostalgia
Acometo-me em lágrimas de ardor
Que tão logo não se vão

O espelho reflete agonia
Um brado retido inibe meu vigor
Mas tão logo voltarão.

terça-feira

Eu e Tu. Tu e Eu. Nós dois!

Cada coisa no seu devido lugar! 

Sem pressa, sem arranques, sem muitas apresentações, sem tantas declarações exageradas, sem gritos de amor ao vento, sem tantas discussões idiotas, sem tantas coisas em comum e alguns coisas bem diferentes, sem aquele sentimentalismo encrustado na pele, sem muitos coraçõezinhos voando, sem tantos encontros comuns e sem muita fugere urbem. Quero tudo com muita simplicidade e tranquilidade. Um amor racional. Um amor discutível. Um amor amável. Quero coisas incompatíveis. Quero achar graças dos gostos estranhos, da manias estranhas e dos exageros femininos. Quero ter prazer em descobrir você.
 
É tão bom amar alguém de verdade, que atende o telefone e diz "Oi!?", "Oi!", "Oooooi!", "Oi, pode dizer!", que ri de coisas que aconteceram no mundo, na vida, que olha para você e diz "O que aconteceu!?" e te conhece melhor que você mesmo, que te deixa à vontade para dizer o que quiser e te molda antes de dizer alguma besteira, ou se não tiver mais jeito, te corrige depois com todo o carinho possível. Isso é bom! Me sinto gente!

Relacionar-se com a alguém que te diz "Hum! Bom saber..." e que te cobra coisas comuns, do dia-a-dia, e  não amores impossíveis, declarações dramáticas, provas de amor(elas virão por si só, tranquilamente!) é tão bom, tão comum e tão normal que dá vontade de amar de novo só para viver tudo novamente.

É tão bom amar alguém normal, ciente, consciente, inteligente e outros 'entes' mais que convier.

Acho que estou de volta! Aos poucos me habituando com um sentimento mais puro e refinado. Devagarinho e sempre para não cansar... esse é meu lema!

Tudo junto e misturado

quemdissequeparaeuescrevereutenhoquerespeitaralgumaordem?Aúnicacoisaqueeunecessitodeverdadeéumacanetaeumpapelenadamais.piorseriaseeucomplicassedeverdadeecolocassetudojuntoemisturado.

Embriaguês

Não sei como descrever este momento 'mágico'. Talvez seja um pouco complicado na condição que estou.

Se, embriaguês se resume em apenas uma pessoa sem controle, sem coordenação no pescoço, um formigamento nos membros inferiores, algumas reviravoltas no ponto da visão, então, estou embriagado e sem comentários...
Até já...
o_O

Troca de passageiro

Dedico este texto aos meus 'amigos' que cruzaram meu caminho

Nossa! Quando paramos realmente para pensar, aí é que percebemos o quanto o tempo passa. E passa com muita rapidez, inclusive quando nos recordamos dos momentos bons e inocentes da vida.

Num suspiro profundo lembro de um tempo - não tão remoto - em que eu viajava desesperadamente para garantir um pouco mais de experiência na minha vida profissional. Primeiro, tomei um susto. Fui escalado para fazer minhas magias numa cidadezinha aí do interior da Bahia. Ufa! Respirei fundo, peguei minhas lebres, minha cartola, minha varinha mágica e fui à luta. Entretanto, tinha um detalhe: eu tinha que pegar um tal ônibus que passava pelo deserto do Saara (recebi mil recomendações quanto a este caminho), logo tive que levar uma garrafa com água para beber na longa estrada cansativa com sete horas de duração (que em condições normais far-se-ia em três horas), uma toalha para me proteger da infeliz poeira que adentrava no ônibus (detalhe: busão com ar condicionado) e ainda torcer para não quebrar.

Chegando no terminal de viagem, olhei para um lado, para o outro e não vi ninguém conhecido. Porém, havia recebido a instrução de que eu viajaria com uma moça (muito bonita e estupidamente perfeita - seria um sonho!), mas nada desta moça. De repente vejo um sujeito esguio, camisa azul largadona, com chinelos de dedos, boné muito louco e uma mala de viajem para cinco dias e fitei-lhe os olhos pensando no pior. Veio a mim a lembrança de um jeito chato (tipo "tô nem aí") de um cara que havia encontrado numa pousada noutra cidade baiana onde me hospedei para fazer outros números. E, como ousado que sou, aliás, cara-de-pau, perguntei-lhe qual o destino e ele me responde olhando para o outro lado: "ali", e pronto. Clima pesadíssimo e assim começa a aventura de Fábio Crosué.

Algo naquela criatura me chamava atenção. Talvez os olhos de peixe ou o ar rude metropólito que transpassava, mas tinha algo diferente. Questionei-o mais. Era o que eu estava pensando... ele, esta critura, absorveu a moça bonita, logo seria ao lado dele que viajaria. Seria o fim e as sete horas intermináveis se transformariam quatorze, vinte e uma...

Julguei, entramos, sentamos e paguei com a língua. Ao contrário do pensado, as horas passaram num estalar de dedos. Foram muitos risos e muitas histórias compartilhadas em apenas algumas horas. De estranhos aos melhores amigos - de infância. Foi divertido! Uma amizade bem criada, da maneira mais louca possível.

Como tudo na vida, passageiro. Minha infância e minhas histórias partilhadas com meu melhor amigo duraram sete horas e nada mais.

A um amigo distante

Oi!? Como está? Está tão longe, !? Legal... aliás, que péssimo (risos). Estava lembrando dos dias passados que perdíamos conversando, rindo, brincando. Conversas sobre nada misturado com coisa nenhuma, conversas sérias sobre coisas terrenas e coisas do alto. Risos de piadas sem graça, de palhaçadas corriqueiras que aconteciam conosco durante o dia, brincadeiras engraçadas e, as vezes, sem fundamento, mas que marcavam (e como marcavam. Não pense que esqueci do soco que me deste no rosto e da mordida no braço). Parecíamos irmãos, sempre discutindo.


Tenho saudade do tempo em que saímos para perambular nas ruas da cidade e olhar para as menininhas que passavam e davam bola para nós, aliás, para você, afinal de contas o atirado e Don Juan da história sempre foi você; saudades das noites jogadas ao vento para discutirmos sobre eu, sobre você, sobre os amores, sobre as decepções. Ilário.


Ainda esta semana, fui aquela praça comer um pastel frito e a partir daí recordei os tempos amistosos. Vi nosso grupo sentado e conversando, após ter andado mais ou menos quarenta minutos para comer uma massa frita no óleo (mas na realidade não caminhávamos para comer, mas para curtir a amizade pura e sincera que nos rodeava). Tempos bons que não poderão ser praticados nos dias de hoje. O motivo? Não quero conversar sobre as hipóteses, mas são reais.


O tempo passa, muda, algumas pessoas continuam as mesmas, outras se transformam-se completamente, e assim seguimos. Hoje, somos distintos ao extremo, creio eu. Quase que incumprimentáveis, irreconhecíveis, disfarçados. Eu finjo não te conhecer e você finge acreditar. Perfeito! Talvez isso tenha sido mais uma prova que amigos são amigos e por mais que finjam não serem amigos sempre serão aliados.


Saudades de um velho amigo que me fez acreditar em mim, me provou a genuína amizade, e sem perceber me ensinou a viver a vida da maneira mais simples possível.


Abraços de um velho amigo chato... EGMDT.

Então, se é assim, sigamos...

Ocorre um acidente de trânsito. Um caminhão cruza uma avenida e neste exato momento uma motocicleta vem no sentido perpendicular. Se chocam! O motorista do caminhão, nada. O piloto , chão. O caminhão, inalterado. A motocicleta, sob o automóvel. Curiosos se amontoam e atrapalham o resgate. Eu sigo meu caminho e escuto o diálogo:

- E aí, como foi?- O cara quase morre.- E a moto?- Ficou debaixo do caminhão.- O cara teve o quê?- Sorte, porque ele pulou da moto. Mas não teve nada não. Só se arranhou normal mesmo.
Eu me pergunto: Sofrer acidente e se arranhar é normal?
#asno

quinta-feira

Dançantes Amantes

Especialmente para Anderson Monteiro, Milla Ingrid e Daniele França

Dançar é poder gritar e expandir todos os sentimentos e as sensações mais brancas e obscuras que se alojam internamente. É simplesmente transfigurar criaturas que não se criam, mas que se desenham e arquitetam um edifício de liberdade. É mergulhar na dor e nos passos marcados de prazer. É levitar para outra dimensão e deixar-se levar pelo (des)encontro da magia e manter-se em pleno êxtase numa forma ímpar de abrir a boca e gritar sem dizer palavras, mas sangrar a vida nos passos. Dançar é tudo!

terça-feira

Infeliz coração

Maldito coração que me dilacera sem pena e sem dó. Eu queria te arrancar de mim e deixar um vazio para ser preenchido apenas com a razão, porque os piores de todos os sentimentos vêm de você: Amor e Saudade. Queria te arrancar de mim, porque agora você me engana entre Ela e Ela. Não sei se amo a ela ou a ela. Maldita paixão, maldito amor, maldita atração, maldito desejo... Coração idiota expandido em tristeza, pára de me deixar confuso e bate certo, no ritmo certo e pela pessoa certa! Ao menos desta vez, por favor.

segunda-feira

Noite perfeita!

E tudo na minha vida é perfeito: Um começo de noite numa conversa informal com o Amor da minha vida, pedaços de bolo comum, comidos com sagacidade com brigadeiro, viagem louca a um lugar de mistérios que consegue introduzir na minha veia uma dose de emoção forte e sentimento subumano, com o teatro transfigurado nos passos marcados e firmes daqueles que conseguem uma proeza: passar sentimentos nos movimentos.

E tudo continua sendo perfeito: O reencontro de uma amizade jamais esquecida, o calor transferido de um corpo para o outro num abraço de amor, as dúvidas em "vamos para onde?", o sorvete gélido em meio a chuva, as risadas altas e loucas do nada, o correr na chuva, o chocolate certo e na hora certa. Tudo isso e uma cicatriz. Isto, apenas como o registro de um dos melhores momentos da minha vida. Nada disso foi programado, mas se estivesse no script, faria questão de atuar. Que se repitam os bons momentos! Se não repetirem, já ficarei feliz e satisfeito em ter participado destes episódios.

Eu? Eu fico aqui proseando comigo mesmo e Mah... Afinal... Melhor que um amor, amigos, risos, boa bebida e música legal é um lugar onde eu possa ter tudo isso e muito mais!

sexta-feira

O que meu coração diz

Não é plágio, nem parafrase ao meu amigo Machado de Assis, ou melhor, meu grande amigo Brás Cubas, mas meu coração diz o seguinte:
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Acreditem se quiser... Isso são expressões que tenho vontade de expressá-las agora.
Quem tem sabedoria entenda. Aos que não tem, peço desculpas apenas.

terça-feira

Carta

Como começar dizendo o que simplesmente sinto? É estranho materializar um sentimento, uma sensação. É na realidade uma pergunta que eu não sei responder, tampouco sei se você sabe, mas vamos lá... Vou tentar ser sucinto porque a minha real intenção é fazer você saber o que verdadeiramente está escondido em mim: Os meus segredos.

A maior parte da minha vida você já conhece, então, começaremos pelos meus estudos. Entrei num curso superior em determinado momento da minha vida, mais precisamente há três anos e uns diazinhos atrás, e lhe confesso que foi com muito medo porque eu não sabia se iria amar de verdade. Lhe digo que pensei que seria uma das minhas piores decisões, e mais uma vez me enganei. Argth! Sem mais delongas e rompendo drasticamente este intervalo vivido, vamos ao hoje, porque acho que também já te contei esta história.

É! Incrível! Quase quatro anos se passaram e a minha mente foi cada vez mais me conduzindo a um universo de magia que viria me entorpecer, porém não conseguia ver que seria assim tão facilmente. Não dá para negar que houve momentos que pensei em desistir e jogar tudo pelos ares, mas graças a Deus pus os pés no chão e disse: "O quê? Não! Vou até o fim e serei o melhor!", e por causa disso agradeço ao meu desânimo que me mostrou um amor incondicional na minha vida e que levarei eternamente.

Se eu for te contar tudo sobre os meus percalços, que foram muitos; sobre as minhas desilusões, que foram inúmeras; e se for somar a quantidade de notas baixas que recibi... nossa! Perderei a conta, porque foram demais, porém merecidas. Isso mesmo, me-re-ci-das, porque como pode um estudante não conseguir expor seus pensamentos mais simples de maneira crítica e convincente? Aprendi com o tempo e ele me ensinou muito com suas surras de experiência e conhecimento.

É amigo, hoje chegou a hora de te contar estas verdades e lhe mostrar o meu outro lado (não sou apenas sorrisos e brincadeiras insórdidas). Infelizmente me escondo atrás de um par de lentes e finjo minha vida através dos tecidos. Na verdade, o meu íntimo é só meu e só 'divido' com você, pois só contigo eu consigo dizer o que sinto de verdade. Ainda que eu esteja cheio de dúvidas para seguir o meu trajeto, mesmo sabendo o que eu quero para mim, mas em apenas te contar parte desta história já me encoraja um pouco, o que já é muito para quem nenhuma força tinha.

Era para ser uma carta endereçada, porém tenho muita gente a dedicar. Não me atrevo, porque posso esquecer alguém, mas como você é especial, fica especialmente para você que me motivou durante os meus tempos de aperreios diários e que conseguiu injetar um pouco da sua alegria, inteligência e motivação em mim. Obrigado de verdade...

Ah! Não conte a ninguém - O segredo: Sem você amigo eu não conseguiria chegar até aqui e muito menos seguirei. Valeu!

sexta-feira

Meu maior dilema: a dúvida

é hora de acordar! meu coração está suplicando por uma decisão e não há como esperar. fazer planos, tentar ver ao longe não vai satisfazer, de maneira alguma, o desejo que voluptuosamente me transgride. será que sou infantil o suficiente que não tenho segurança para tomar uma decisão? será que o que me falta é só dar um primeiro passo? tenho medo. confesso! lançar-se num mar que contagia o meu ser, talvez, aliás, é, como se apaixonar e debruçar num rio com correntezas tortuosas e se eu não souber nadar, vou me afogar e sumir de uma vez por todas. não quero me encher de dúvidas, mas elas já me cercaram. e agora? lançar-se de vez ou esperar a maré baixar? não tenho como decidir agora, pois estou literalmente apaixonado por este mar...

segunda-feira

Singeleza

Especialmente para Kathianne

E me pergunto: como pode? Inacreditável!!! Realmente indescritível. Não consigo enxergar...

Suas mãos tão leves e delicadas, restaurando coisas tão brutas. Seu olhar tão atencioso que merece as flores mais belas dos jardins, admirando objetos e estruturas tão grosseiras. Seu olfato que podia estar se deliciando com os perfumes das melhores e perfeitas rosas, está aí neste arranjo de pedregulhos absorvendo este ar impuro. E o teu sorriso que me alegra divinamente que poderia estar ao lado das pessoas que mais lhe querem, está sendo jogado fora, em meio a estas divisórias de concreto. Sem falar no teu olhar pueril, mas que tem a capacidade de provocar os maiores furacões nos corações apaixonados, está sendo gasto, apagado, escondido na poeira, poeira densa, que ofusca.

Não pude deixar de te imaginar na maneira mais angelical possível, entretanto você me mostra outra coisa. Uma mulher, independente, sagaz, perspicaz, que com seu jeito brutal derruba alguns grilhões e tabus. Mas isso é um erro meu, em pensar que todas as moças angelicais são sempre angelicais, e erro quando sempre quis te ver como menina e não como mulher.

Hoje, percebo que a pureza é a sua mais fascinante característica e o seu jeito bruto, árido e frio é apenas para se proteger contras as imundícies que lhe rodeiam. Por isso, sempre digo: 'todo anjo tem algumas armas nas mangas'.