segunda-feira
O ardor do silêncio
Passos firmes e pesados
Pesados como chumbo
Chumbados aos meus ouvidos
Ouvidos deteriorados de ontem
De outros passos pesados.
Pisaram-me. Dilaceram-me.
Não existo. Apenas ouço.
E ouço bem, mas muitos...
Muitos passos pesados
Pesados que nunca chegam
Mas querem chegar.
Ainda ouço. Ouço bem. Mas não são passos...
Cavalgadas, ou melhor, galopes.
É ela!
O ar frio que sai das minhas narinas
Congelam meus lábios
Enrijecem meus membros.
É ela!
Chegou. Sem me avisar. Chegou.
Não posso mais ouvir.
Outrora não existia, e agora nem existo e nem ouço.
Posso enfim descansar.
Só não sei se em paz.
Porque onde agora estou
Me faz arder os pés, e as mãos, e os olhos e o coração...
Só e versos
terça-feira
Recaída
Planejo para o texto acima, não mais uma história de aventuras estúpidas que um dia vivi ou opiniões forçadas sem fundamento sobre coisas da vida, mas sobre sentimentos interiores que insistem em permear minha vida e que podem também rondar outras pessoas.
Poxa! Acho que vou suar um pouco, mas sigamos...
segunda-feira
Conversa informal
Seguindo na rua em passos largos, Paulo questiona por que se apressam, e indaga se está atrasado. Cláudio com risos discretos reponde simplesmente que "não", só que está acostumado a andar rápido devido duro treinamento militar em que está sendo submetido(mas, aos olhos de Paulo, ele corria), e logo tomaram a velocidade normal. Um pouco à frente, próximo a uma escola de língua, encontram um casal de amigos - Júlia e Sávio - que seguirá, em parte, o mesmo caminho que lhe seriam. Júlia segurando a mão do esposo cumprimenta-os. Ele com olhar sinuoso também. Sávio instiga um assunto (negócios pra variar) e conversa com Cláudio. Entretanto, Paulo e Júlia seguem os passos tratando doutros assuntos com Júlia, em especial assuntos esportivos e de boa forma, e a esta Júlia altura já tinha transferido seu cônjuge à conversa cansativa e tediosa com o amigo.
quinta-feira
Ingenuidade contagiosa
Mergulhar no olhar inocente é mergulhar na infinitude do mundo que não nos pertence mais. É mágico e embaraçoso adentrar e penetrar profundamente na visão pueril, porque quando menos esperamos já achamos que somos grandes demais. Aos conseguirmos, redescobriremos a beleza da inocência, pureza e candura que um dia possuímos em supremacia.
Um susto. A criança percebe que eu observo sua ingenuidade. Penso rápido. Volto o rosto na direção contrária. Outro susto. Ela me toca. Me olha com os olhos graúdos e polidos e me pergunta com sua mansidão particular e voz branda: - o senhor quer brincar? - e me abre um belo sorriso me oferecendo seus melhores brinquedos que estavam postos de maneira desajeitada em suas mãos tão miúdas, e logo em seguida, um sorriso me é exprimido e não suporto tamanha petição daquele pequeno ser que sem recear conseguiu despertar em mim um novo jeito de ser criança.
quarta-feira
As 23h
terça-feira
O frio
A doença do século XXI
Outro dia...
Bom trabalho! Chegou a hora do descanso. Ops! Desculpa. Já terminou seu descanso.
Outro dia...
Bom trabalho!
- Ops! Chegou a hora do meu descanso, morra com as suas desculpas e me deixe em paz seu estúpido!
segunda-feira
O cansaço
Estrelas que se apagam
Não posso negar que Jackson foi um grande dançarino que revolucionou este mundo pelos seus passos bem marcados e ritmados. Sua voz "inconfundível" deixou muitos à delícia da inveja, mas hoje, não passa de apenas um passado (considere um passado recente), de uma voz que talvez jamais se ouvirá (o termo talvez está sendo usado. A morte pode ainda não ser eterna e eu creio que haja vida após esta), de uma dança que será logo classificada como "pop-jackson". Não é muito diferente do que acontece com muitos artistas famosos e outros que participam do anonimato. Fazem de tudo para chegar até a fama. Dos ensaios pornográficos até seus pactos ferventes e diabólicos (há quem acredite) e nada disso tem duração para vida inteira...
Prefiro ser quem sou. Não tenho fama mundial, mas a minha vida (simples do jeito que é) já me dá fama suficiente para me sentir um astro sem precisar escalar degraus tão caros. Ah! E o meu brilho não vai se apagar porque a luz que levo não são dos holofotes, mas de uma natureza sagrada e ímpar.