segunda-feira

Conversa informal

Paulo está em reunião. O telefone toca. Sai para atender.

- Droga! É sobre trabalho. Responde ele.

Era um indivíduo pedindo emprego.

- Eu mereço! Afirma Paulo.

Retorna para a reunião que não havia parado pela ausência dele e indelicadeza. Durante a assembleia o preletor faz algumas dinâmicas em que têm que palavrear com algumas pessoas. Não gosta. É tímido. Alguns minutos se passam e a reunião acaba.

Anda alguns metros e encontro um amigo, Cláudio, que já não via a muito tempo. Ele não estava viajando, mas trabalhando muito. Ele jovem, mais novo que Cláudio um ou dois anos, dono de uma educação invejada, simpático, honesto (até onde se conhecia), sempre alegre e prestativo e movido pela paixão familiar. Incrível! Parece não ser deste mundo fazendo leve comparativo aos masculinos que existem hoje. Cláudio diz querer ir até a residência de Paulo para pegar uma encomenda com a sua mãe e assim vão.

Seguindo na rua em passos largos, Paulo questiona por que se apressam, e indaga se está atrasado. Cláudio com risos discretos reponde simplesmente que "não", só que está acostumado a andar rápido devido duro treinamento militar em que está sendo submetido(mas, aos olhos de Paulo, ele corria), e logo tomaram a velocidade normal. Um pouco à frente, próximo a uma escola de língua, encontram um casal de amigos - Júlia e Sávio - que seguirá, em parte, o mesmo caminho que lhe seriam. Júlia segurando a mão do esposo cumprimenta-os. Ele com olhar sinuoso também. Sávio instiga um assunto (negócios pra variar) e conversa com Cláudio. Entretanto, Paulo e Júlia seguem os passos tratando doutros assuntos com Júlia, em especial assuntos esportivos e de boa forma, e a esta Júlia altura já tinha transferido seu cônjuge à conversa cansativa e tediosa com o amigo.

Chegaram ao centro de compras. É hora de se separarem. Paulo e Cláudio seguem o destino que lhes era pretendido e o casal amoroso segue a vida a dois para seu ninho conjugal. Ao adentrarem no centro se deparam com um fato "inédito" o banco está sem dinheiro. Ilário!

- Depois de pelejarmos nos caixas eletrônicos conseguimos seis reais. Parece brincadeira! Retruca em voz baixa Cláudio.

Saem do centro de compras e percebem o avançar da hora. Fica tarde, mas vão à lanchonete e compram pastéis. Maneira legal de tapear a fome. Paulo admira-se pelo gesto de coleguismo do amigo. Engraçado. Chegam na casa de Paulo e Cláudio conversa rápido com a mãe dele e logo é dispensado.

- Pronto! Problema resolvido, diz Paulo.

Na realidade ele fora até a habitação para pegar uma espécie de "bandeirola" para pôr nas armas de fogo que manusearia na sua formatura. Durante o caminho haviam conversado sobre a evolução de Cláudio como pessoa. A ingenuidade excessiva que existia nele, quando na verdade não deveria existir mais, pois estava a ponto de ser tragado por leões e ienas famintas, sobre a evolução no comportamento e as situações engraçadas que havia acontecido. Pararam em frente a um supermercado e continuaram o diálogo (posso adjetivá-lo como reflexivo). Já era tarde demais, mas não se importam muito. Estavam num papo-cabeça. Perceberam o quanto ele havia crescido e cairam na real de que o tempo passa e ficam velhos (aliás, dizem experiente).

O legal disso tudo é perceber que o tempo passa, as pessoas se transformam, mas nunca mudam.

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